Annabelle — Beverlee Ross

Quando Clint Strand viu Annabelle pela primeira vez, ela estava lhe apontando um revólver! Pior: exigindo que Clint se casasse com ela. Casar com essa ruiva rebelde era a última coisa que ele desejava na vida. Mas um pistoleiro renegado não tinha muitas alternativas para escolher uma esposa.

Só Deus sabia o que dera na cabeça de Annabelle ao afrontar Clint no saloon apinhado de cowboys, proeza que a maioria dos homens não tinha coragem de fazer. Nada mais importava: ela conseguira o que desejava — um marido. E, agora, estava presa a ele… para o bem ou para o mal!

Li esse livro há mais ou menos dois anos, e posso dizer sem erro que foi inesquecível, com ele dei muitas risadas e me emocionei muito. Foi tão marcante para mim que mesmo apesar de já fazer algum tempinho consigo lembrar da história como se tivesse acabado de ler agora a pouco:

Clint Strand era um pistoleiro famoso que foi parar em uma cidadezinha do norte da Califórnia após tapear um perseguidor que queria vingança. Infelizmente para ele, que estava pronto para se assentar e criar raízes, um idiota o desafia e acaba sendo morto, mas consegue atingi-lo no ombro.

Eis que Clint estava quieto no saloon quando uma ruiva furiosa e muito grávida entra e o obriga a casar com ela, com a desculpa de que ele havia assassinado o pai do filho dela, com quem teria se casado minutos antes. Ao perceber que Annabelle estava falando sério, ele aceita o “pedido”, lá mesmo no saloon.

Por outro lado, Annabelle queria um nome, mas não um marido. Para piorar a situação, as matronas da cidade queriam expulsá-la do lugar e tomar a fazenda que ela comprou junto com o pai do bebê. Porém, Clint precisava de um lugar para descansar do tiro que levara e faz uma proposta: ele ficaria até se recuperar, mesmo que Annabelle não perdesse uma única chance de mandá-lo embora.

Porém, conforme os dois iam convivendo e os sentimentos em relação ao outro mudavam, uma coisa nova surgia. Só que o homem que estava atrás de Clint não desistiria tão fácil da chance de se vingar.

Minha opinião:

Ao contrário da maioria das mocinhas, que sentariam e chorariam ao perder o noivo no dia do casamento, Annabelle é uma jovem grávida que está (literalmente) à beira do altar quando lhe avisam que o noivo fora morto. Ela, então, não se faz de rogada: de arma em punho vai até o pistoleiro que matou seu noivo e o obriga a casar com ela, assim a criança não nascerá bastarda. Ela não tem problema nenhum em invadir um saloon e forçar o assassino do pai do filho que esperava a se casar com ela. Para ela, era um preço justo, visto que se tornara viúva sem nem mesmo casar por causa de Clint. Um pouco aturdido, é claro, Clint, o tal pistoleiro acaba aceitando casar-se com a doidivanas, digo, a moça. Aliás, Annabelle é desbocada e decidida, não aceita ser intimidada nem humilhada por ninguém (mocinhas assim estão em falta no mercado).

— A decisão é sua. Ou casa ou eu atiro.
A cena é meio (bem!) absurda e muito engraçada.

Clint, por outro lado, é um pistoleiro de má fama proveniente de uma família rica da Filadélfia, mas que não tinha vocação nenhuma para ser filhinho de papai e menos ainda banqueiro. Ele saiu de casa aos dezenove anos para realizar o sonho de ser pistoleiro, e conseguiu. Mas, quinze anos depois, está pronto para se estabelecer em um canto e, por sinal, teve um pequeno empurrãozinho de Annabelle, que causava sensações para lá de contraditórias nele.

O livro é praticamente a estória desse ‘casamento torto’ onde, apesar das intempéries eles farão de tudo para que dê certo. Os dois são outsiders- ele é um ex-pistoleiro e ela sofre preconceito das alcoviteiras da cidade (odeio moralistas!).

Annabelle é uma graça de estória- é daquele tipo de livro que a gente ‘vive’ junto: se emociona e ri no decorrer das páginas. Têm muitas partes engraçadíssimas, algumas que dão raiva e outras bem tristes. Não quero entrar em detalhes mas existe uma parte muito, muito triste e eu gostei muito da delicadeza com que a autora tocou o assunto. Ela não quis mostrar uma solução fácil, maniqueísta. Certas tragédias, certas perdas só conseguem ser cicatrizadas com o tempo.

Talvez o único ponto de desconforto na leitura seja uma certa sensação de que, nos momentos felizes, alguma coisa triste está para acontecer. Não que o livro seja pessimista ou triste, pelo contrário- mas ele mostra que não existe a felicidade plena.

Na parte romântica do livro, Annabelle não deixa nada a desejar. As cenas de amor são extremamente delicadas.

Geralmente não sou muito fã de livros de faroeste — acho que é alguma coisa com a poeira —, mas foi impossível não gostar de Annabelle. Só gostaria que Beverlee Ross tivesse escrito outros livros, mas de todas as pesquisas que fiz, Annabelle foi o único resultado.


Unknown

Um comentário:

  1. Muito bom, Nara. Também tenho essa coisa com "poeira". kkkkk Já te expliquei os motivos, né? Beijossss

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